Visco Branco (Viscum album)
O Visco branco pertence a uma enorme família de cerca de 1400 espécies que vivem todas parasitariamente, podendo instalar-se em mais de uma centena de espécies de árvores (principalmente carvalhos, choupos, álamos e macieiras), sobre cujos ramos formam volumosas manchas arredondadas que se conservam verdes durante todo o ano. A disseminação da planta é assegurada pelas aves, sobretudo pelos tordos e melros, que ingerem os seus frutos, deixando sobre os ramos onde pousam as sementes não digeridas. Estas germinam, produzem um haustório que penetra na casca e que, por sua vez, emite raízes que se introduzem na madeira. O carvalho é uma das árvores que, na maior parte dos casos, resiste ao visco; devido à sua raridade, o visco do carvalho era considerado sagrado pelas civilizações antigas, havendo conhecimento de um cerimonial de purificação indispensável entre os druidas para fazer a sua colheita. Desde então, o visco conservou um papel tradicional de portador de felicidade para os lares que ornamenta aquando das festas de fim de ano. O Visco-branco tem cheiro desagradável quando seco e possui um sabor amargo.
Indicações
Albuminúria, arteriosclerose, circulação, edema, epilepsia, frieira, hipertensão, leucorreia, menopausa, nervos, tosse. Antiespasmódico e redutor da pressão sanguínea. Para as mulheres, Viscum album pode ser usado como um remédio à base de plantas para tratar problemas da menopausa, incluindo ondas de calor , dificuldades respiratórias, alterações hormonais, e palpitações cardíacas. Ele também é usado para ajudar a regular questões circulatório e os sentimentos de ansiedade leve a moderada. Outras condições fêmea que às vezes são tratados através da utilização de Viscum album são os distúrbios menstruais, dores crônicas, o sangramento após o parto, e infertilidade feminina.
Problemas cardiovasculares Levemente sedativo, o visco-branco ajuda a reduzir a hiperatividade, a relaxar os vasos sanguíneos e a prevenir ataques de pânico. Tradicionalmente visto como tônico cardíaco, pode ser útil em fórmulas para hipertensão quando tomado oralmente. O seu uso deve ser orientado por um profissional.
Modo de usar
Sua maceração ao rum é usada hipotensor, apresentando resultados convincentes em casos de hemoptises renitentes. Usa-se pílulas e outras aplicações à base de viscina, que é uma substância espessa extraída do visco, de fórmula química C8 H11 N, o que representa um reconhecimento cientifico de sua eficácia. Recomenda-se o seguinte preparado, sob forma de pílula : extrato aquoso de visgo, 0,05, pó de alcaçuz Q, cada pílula na dose de 4 a 8 por dia. Em solução injetável aplica-se a seguinte fórmula; extrato aquoso de visgo, 0,20, solução fisiológica, 1 cm 3; ou ainda uma xarope, à razão de 0,05 por colherada de chá; extrato aquoso de visgo, 0,50, xarope simples 200g. Pode-se empregar a maceração em vinho, dose de 130g por dia. A planta verde pode servir de alimento para os animais leiteiros, tendo coo efeito o aumento do leite nas vacas. Os frutos podem ser dados às aves que muito os apreciam.
Propriedades medicinais
Antiespasmódico, diurético, hipotensor, purgativo.
Princípios ativos
Frutos: Mucilagens: Os princípios ativos ainda não foram totalmente estudados provavelmente contém lectina tóxicas e viscotoxinas; Ramos: Os mesmos princípios ativos encontrados na folhas mas em quantidades muito pequenas; Folhas: Glicoproteínas: viscumina, lectina I, II e 111; Polipetideos: viscotoxinas A2, A3, B, Ps 1; Ácidos fenólicos: syrigenina. coniferil-4'-0-glicosídeo; Flavonoides' quercetina, sakuranetina, hoeriodictiol, isorhamnetina, rutinosídeo, rhamnosídeo e outras frações: Lignanas: siringaresinol e seus glicosídeos; Mucilagens (viscinas) galacturonas. arabino-galactanas Triterpenos: a amirina(a-viscol), acetato de 8-amirina, ácido betúlico, ácido oleanóico, ácido ursólico.
Contraindicações | Cuidados
Aplicação parenteral, é contraindicada em pacientes com supersensibilidade proteica e infecções crônico progressivas como febres altas e tuberculose, cardiopatas, usuários de cardiotônicos ou antidepressivos, hipertensos, insuficiência renal, hepatopatia, menstruação, lactantes, crianças. Altas doses desvitaliza a pessoa. A intoxicação com a planta pode levar à morte pela depressão dos centros respiratório e cardíaco.
Efeitos colaterais: Calafrios. febre alta, dor de cabeça. angina. distúrbios ortostáticos circulatórios e reações alérgicas. O uso interno envolve toxidade. O uso em doses além das recomendadas pode causar bradicardia e hipotensão. Em doses mais elevadas aparecem midríase. miose, alucinação, delírio, hipertensão, gastrenterite, náusea. vômitos e diarreia: O uso de preparações injetáveis inclui elevação da pressão, dor de cabeça, inflamação local, nódulos subcutâneos próximos à área, aumento de linfonodos. prurido, urticária. Pode ocorrer elevação da pressão intracraniana em pacientes com metástases no cérebro ou na medula espinhal; 1981 o Food and Drugs Administration dos EE.UU. retirou de circulação e proibiu a comercialização de qualquer forma de Visgo no país. Na época a planta era comercializada como aditivo alimentar. Seu consumo não era considerado seguro; O uso que relatamos aqui é como quimioterápico adjunto para o tratamento de câncer. como já ocorre na Europa e Alemanha: Todas as partes da planta devem ser consideradas potencialmente tóxicas - contém quantidades diversas (dependendo da árvore hospedeira) de 3 principais componentes citóxicos: alcaloides, viscotoxinas e lectinas: que são os responsáveis também pelo etito inumo modulador (Tyler.1 993; KhwaJa e cols .. 1 986); Outros componentes Identificados - flavonóides, fenilpropanos, lignanas e ácidos fenol carboxílicos (Wagnere cols., 1986), juntos com a viscotoxina - esteio envolvidos na atividade cardiovascular da planta (Hall e cals .. 1986: Wagner e cals .. 1986; Rosell & Samuelsson, 1966). Porém a viscotoxina é tóxica para humanos, tanto quanto a ricina e a abri na (Stirpe, 1983: Olsnes. 1982).
Além da gravidez e lactação, é contraindicada para infecç6es crônicas progressivas como tuberculose e AIOS, hipertireoidismo, doenças febris e inflamatórias em geral, tumores do sistema nervoso central, tumores da medula espinhal, e metástases intracranianas que afetem a pressão intracraniana e hipersensibilidade proteica.
Toxicologia
A despeito de suas qualidades terapêuticas, a planta é tóxica e somente poderá ser usado com acompanhamento de profissional gabaritado e acompanhamento médico.
Farmacologia
As lectinas são hipotensonas, citotóxicas, e imunoestimulantes; A atividade inumo estimulante é atribuída a estimulação do sistema fagocitário mononuclear e à indução de inflamação por citoquinas derivadas de macrófagos (Zarkociv e cols.1 998): A atividade neoplásica parece ser devida à estimulação de enzimas que reparam o dna danificado por Iinfoquinas (Kovacs e cols., 1991); O Visgo também mostrou atividade anti inflamatória; Estudos relatam melhora no tratamento de câncer, mas não são muito específicos quanto a efeitos curativos e/ou paliativos. O Visgo aumenta a reparação do DNA em linfócitos; Estudos não controlados com portadores de câncer reportam aumento da qualidade de vida, bem-estar, estabilização das condiç6es tísicas, e redução da sensibilidade à dor (Beuth & Moss.1 999; Helny e cals 1998: Fness e cals. 1996; Sfumpf & Schletzel. 1994; Helny. 19991): Serão necessários mais estudos controlados para estabelecer a sua real posição na terapia oncológica; O efeito citotóxico é pela inibição da síntese proteica a nível ribossomal ( Franz. 1986; Melzner e cals .. 1 985; Stirpe e cals .. 1980): Outro estudo demonstrou que as viscotoxinas exercem efeito citotóxico ligando-se ao ONA e Alterando sua duplicação. (Woynarowski & Konopa. 1980); A citotoxicidade natural é é aumentada in vitro pelas lectinas (Mueller & Anderer. 1990): Outros estudos evidenciam as lectinas como indutoras de morte programada de células humanas in vitro (Jansen e cols., 1991); Como a espécie brasileira pertence' a mesma família botânica, seria proveitoso que esta também fosse pesquisada, visto a área de atuação da planta.
História | Origem | Plantio | Habitat
Visco sempre atraiu o interesse popular e foi cercado por uma série de mitos e lendas. Em alguns países, que desempenha um papel no Natal festividades. Ele também possui no popular Asterix histórias em quadrinhos, onde visco coletados carvalhos foi considerado ter qualidades especiais. Usado com um amuleto protetor. O visco era muito estimado pelos druidas, que o usavam para se proteger do mal. Atrai proteção divina. Traz conhecimento e contato com seres divinos. Causa sonhos proféticos. Aumenta a fertilidade masculina. Deve ser carregado no solstício de inverno para trazer riqueza, saúde e poder. O visco (Viscum álbum) era erva altamente reverenciada nos aspectos mágico e religioso entre os antigos sacerdotes druidas da Bretanha e da Gália pré-cristãs e se tomou conhecido apropriadamente como "erva de druida".É um parasita que simboliza o puer aeternus, antigamente era usado como um medicamento contra a infertilidade.(ver Balder) Para os druidas, quando o visco crescia numa árvore, era considerado um sinal de santidade da árvore.
Plantio : Ano todo.
Crescimento : É um arbusto semiparasita que cresce em troncos de outras árvores. Tem hastes 3 à 10 centímetros de comprimento com ramificação dicotômica. As folhas são em pares opostos, em forma de cinta, inteiro, couro texturizado, 2 à 8 centímetros de comprimento, 0,8 à 2,5 centímetros é verde-amarelado na cor. Esta espécie é dioica e as flores são imperceptíveis, verde-amarelado, 2 à 3 milímetros de diâmetro. O fruto é uma cor branca ou amarela baga contendo sementes embutido no muito pegajosa polpa glutinoso.
Origem : É nativa da Europa e aparece até no Irã. É cultivada na Europa Central e China. Não ocorre na Austrália nem na América.
Família
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Loranthaceae