Urtiga Miúda (Urtica urens)

  • Problemas uretrais

Planta da família das Urticaceae, também conhecida como urtiga-ana, urtiga-da-miúda e urtiga vermelha. Herbácea perene cresce de 60cm a 1,5m e tem um rizoma duro e caule ereto. As folhas grandes, opostas, curto pecioladas, oval lanceoladas cordiformes a base e fortemente denteadas. Toda a planta é recoberta por pelos extremamente picantes, em formato de garrafas, saturadas de ácido fórmico, que é o responsável pela dor que o menor contato com a pele provoca. Flores pequenas, axilares e pendentes de panículas ramificadas que surgem de 4 em 4 na axila das folhas, esbranquiçadas ou amareladas. As flores masculinas só possui estame e as femininas um pistilo ou ovário. O fruto é um aquênio com uma única semente.

Partes utilizadas

Toda a planta, fresca e florida.

Indicações

Abscessos do estômago, anemia, apendicite, asma, aumentar o leite, câncer, caspa, diabete, digestão, gota, hemorragia uterina, hidropisia, irritação cística, queda de cabelo, pele (afecções), problemas uretrais, reumatismo, tuberculose pulmonar.

  • Indicações específicas: Problemas uretrais

Modo de usar

Decocção de 20 g da planta para um litro de água.

Uso externo e/ou tomar 4 a 5 xícaras ao dia.

Alimentação afogadas, guisados ou ensopados: folhas bem tenras.

Adultos: 10 a 15ml de tintura divididos em 2 ou 3 doses diárias, diluídos em água 2g de erva seca (1 colher de sopa) em infusão até 3 vezes ao dia; Cápsulas 2g tomadas 2 ou 3 vezes ao dia; Crianças de 2 a 5 anos: 2ml 3 vezes ao dia, às refeições; De 5 a 8 anos: 3ml 3 vezes ao dia, às refeições; De 8 a 12 anos: 4ml 3 vezes ao dia, às refeições.

Propriedades medicinais

Anti-hemorrágico, anti-seborréico, depurativa, galactagoga, hemostático, hipoglicemiante, diurética, digestiva, tônica.

Princípios ativos

Ácidos orgânicos: ácido fórmico, ácido salicílico (parcialmente solúvel em água), ácido Málico e cafeólico taninos : ácido gálico; Aminas ativas: histamina, serotonina, acetilcolina; Mucilagens; Vitaminas: A, complexo B e C; B - caroteno; íons de potássio (planta fresca); Nitratos; Óleos essenciais; Pectinas; Resinas; Glicosídeos: encontrados na quercetina; Flavonoides: rutina, isoquercetrina, astragalina, rutinosídeo As raízes possuem esteroides: sitosterol, stigmasterol, campesterol; Lecitinas; Polissacarídeos: glucanos, glucogalacturonano, arabinogalactanos ácidos com atividade; imunoestimulante; Hidroxicumarinas: scopoletina; Lignanas.

Contraindicações | Cuidados

Com os espinhos ao apanhar suas folhas pelo efeito urticante. Depois de murchos ficam inofensivos.

Alergia ao contato com os espinhos antes de murchar. Alergias em pessoas sensíveis, tanto com o uso externo como interno.

Não deve ser usada nos 3 primeiros meses de gravidez pois não há estudos sobre sua teratogenicidade. É galagtagoga.

Farmacologia

O efeito urticante, extremamente doloroso das folhas é eliminado pela secagem. Há relatos do uso das folhas frescas como contra irritante, não comprovado, pois elas além de serem irritantes são ao mesmo tempo anti-inflamatória e analgésicas (scopoletina, ácido cafeólico e l3-srtosterol); Os fenóis ácido málico e cafeico principalmente apresentam efeito anti-inflamatória inibindo a síntese de metabólitos do ácido araquidônico in vitro. As propriedades antiflogísticas são devidas à ação enzimática em mais de uma forma; Os flavonoides possuem efeito vasoconstritor - atuam na insuficiência venosa diminuindo a permeabilidade das veias; também exercem ação anti-inflamatória. Como consequência da atividade constritora, apresenta também efeito hemostático. Em estudos sobre traumatismos estes componentes mostram se eficazes - no aumento da diurese e na redução do edema local. Os seus taninos respondem por sua atividade antidiarreica. A secretina, encontrada nas folhas, potencializa e otimiza a ação das enzimas e a rapidez da digestão; O extrato aquoso exibe polissacarídeos imunoativos e lecitinas - estimulam linfócitos humanos (Wilier & Wagner,1990). Também houve inibição de citopatogenicidade de viroses em humanos com imunodeficiência (Balzarini et col., 1992); O extrato da Urtiga tem ação diurética muito eficaz. Estudos realizados na Alemanha, comprovam isso, inclusive na redução de edemas da insuficiência cardíaca (Keeser, 1940); Seu efeito sobre o ácido úrico também é notável ela aumenta sua saída dos tecidos para o sangue e posterior diurese o que deu resultados excelente em séries controladas de pacientes portadores de artrite gotosa. Pesquisadores dos EE.UU. demonstraram a ação da Urtiga no tratamento de prostatite, hiperplasia prostática e adenoma de próstata (Skoleland & Albrecht, 1997). Efeito antifúngico (Bombardelli & Morazzoni, 1997). Efeitos na inibição de sinais clínicos em ratos em patologias semelhantes ao Lúpus Eritematoso Sistêmico (Musette, 1996); O uso interno do infuso de folhas de Urtiga é galactagogo, mas este mecanismo ainda não está claro.

História | Origem | Plantio | Habitat

Foi trazida da Europa pelos portugueses, principalmente pela utilização de suas fibras na indústria têxtil. As suas qualidades terapêuticas são conhecidas desde a antiguidade, e é usada até hoje terapêutica e elementarmente pelo homem e em veterinária neste caso para engorda e produção de ovos das aves e nutrição e pelagem de cavalos. A substância urticante perde seus efeitos com a secagem.

É comum em regiões temperadas de todo o planeta.

Outras informações

Estudos clínicos: Diurético: O tratamento por 14 dias aumentou o volume urinário e diminuiu a pressão sanguínea sistólica. Irrigação da bexiga e litíase renal: O órgão alemão de vigilância sanitária, Comissão E, confirma estas indicações; O uso como ativador da liberação da bile está em estudo; A urtiga, combinada com outra ervas, foi testada em 22 pacientes para irrigação da bexiga. Perda sanguínea pós-operatória, bacteriuria e inflamação foram reduzidas após a adenomectomia prostática; Hiperplasia prostática benigna: Um possível mecanismo seria a presença de esteroides hidrofóbicos, que inibiriam a atividade do sóciopotássio-ATP-ase da próstata, levando ao crescimento das células suprimidas nessa área; Outra pesquisa explica o mecanismo de forma diferente mas sugere que o extrato aquoso é o componente ativo na terapia da HPB que inibe a ligação da globulina do hormônio sexual com seu receptor. A urtiga, combinada com outras plantas em extrato, foi eficaz no tratamento da HPB em 134 homens - reduziu o fluxo urinário, a nictúria e urina residual. Uma dose de 300mg foi tão eficaz quanto à de 150mg. A urtiga dioica liofilizada foi testada para rinite alérgica, em um estudo duplo-cego, 57% de 69 portadores de febre-dos-fenos, avaliou a urtiga entre moderada e altamente eficiente x placebo

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