Espinho de Cigano (Acanthospermum hispidum)
Este é um dos nomes comuns às seguintes espécies da mesma família: 1) — Acaníhospermum brasilium, Schrank (A. hirsutum, DC., A. xanthioides, DC . Centrospermum xanthioides, HBK, Melampodium australe, L.. Orcya adherescens, Vell.). Erva anual, rasteira, caules mais ou menos pilosos, até l m de comprimento, folhas opostas, curto pecioladas (pecíolos de Icm pilosos na base), oval obtusas, até 3cm de comprimento e igual largura, membranosas, denteadas, pilosas, flores radiadas, amarelas (brancacentas, segundo Glaziou), reunidas em capítulos pedunculados dispostos na extremidade dos ramos ou em dicotomias axilares; o fruto composto de 5 achênios, oblongo cilíndrico, obtuso no ápice, de 6mm de comprimento, estriado longitudinalmente, verde, glabro, com cerdas curtas e duras em forma de gancho, aderentes à roupa.
As folhas são muito amargas, mucilaginosas; aromáticas, consideradas tônicas, diaforéticas, antiblenorrágicas e antidiarreicas, utilizadas com proveito na diarreia e nas febres palustres e intermitentes; às vezes, também, nos casos de erisipela; as sementes passam por ser venenosa para as galinhas, É o fel-da-terra dos ervanários, planta muito comum em todo o Brasil, mesmo nas ruas das cidades, porém prefere, ou pelo menos aclimata-se melhor, os terrenos arenosos do litoral. Em Minas Gerais dão-lhe o nome de amor-de-negro, no Rio Grande do Sul vários são os nomes pelos quais é conhecida: espinho-de-agulha, espinho-de-carneiro, mata-pasto. Já na Argentina, onde também é grande a sua fauna, chama-se Gagrilla ou Gua-grilla. 2) — A. hispidum, DC. (A. humile Eggers).
Erva anual de caule ereto, dicotomo-ramoso, muito híspido, até l m de altura ou pouco mais, folhas opostas, sésseis, oblongas, subagudas, cuneiformes na base, até 12cm de comprimento, inciso-crenadas acima da base, perinervadas, membranosas, pilosas, flores amarelas (brancacentas, segundo Glaziou) dispostas em capítulos curto pedunculados, solitários na axila das folhas, invólucros com 5 escamas oblongas e híspidas, achênios cuneados, densamente espinescentes. É planta amarga, aromática, mucilaginosa, peitoral, tônica, diaforética, empregando-se a raiz contra a bronquite e a tosse, sendo igualmente útil em infusão contra a diarreia e as moléstias do fígado. Os invólucros são fortemente eriçados de espinhos que aderem à roupa e ao pelo dos animais.
Partes utilizadas
Folhas.
Indicações
bexiga, diarreia, eczemas, febres, feridas, gripes, resfriados, rins, tônico, tosses, vermífugo. Existem estudos quanto sua ação imunoestimulante, já que é popularmente usado para infecções, principalmente viróticas.
Modo de usar
Adultos: 10 a 20ml de tintura divididos em 2 ou 3 doses diárias, diluídos em água para uso interno em todas as indicações; 2g de erva seca (1 colher de sopa para cada xícara de água) de raízes e folhas em decocto até 3 vezes ao dia, ou 4g de planta fresca (1 colher de sopa para cada xícara de água) de raízes e folhas em infuso para uso interno em todas as indicações, com intervalos menores que 12hs; O infuso pode ser usado em compressas sobre afecções da pele; O infuso de 50g da planta fresca para cada litro de água pode ser usado em banhos para dores. Extrato fluído: até 15ml diários.
Propriedades medicinais
Abortiva, antisséptica, antidiarréica, antigripal, antiviral, Blenorragia , cicatrizante, descongestionante, diurética, febrífuga, má digestão, tônica, vermífuga, vesícula, vulnerária.
Princípios ativos
Lactona sesquiterpênica (acanthospermal B, guaianolides 1 e 2).
Contraindicações | Cuidados
gestantes, nutrizes, crianças. O uso em excesso pode causar abortos e má formação congênita. Se a pele for perfurada pelos espinhos do fruto, a cicatrização é lenta.