Damiana (Turnera ulmifolia)
A damiana é famosa como tônico que melhora a vitalidade e levanta a moral e diz-se que tem qualidades afrodisíacas que estimulam a libido nos homens e nas mulheres.
Planta da família das Turneraceae, também conhecida como chanana (ceará), turnera-de-folha-olmo, albina, erva-damiana.
Arbusto pubescente e muito ramoso, até 2 m de altura (em geral menos da metade); ramos delicados e difusos; folhas pecioladas, mais ou menos oval-rômbeas, espatuladas ou oblongolanceoladas, obtusas ou agudas, quase sempre cuneadas na base, de 1-2 cm de comprimento, crenado serradas ou duplo denteadas, revolutas nas margens, profundamente imerso nervadas e pubescentes ou glabras na página superior e tomentoso pubescentes ou apenas pilosas, na página inferior; pedúnculos muito curtos; pétalas espatuladas, estames curtíssimos; o fruto é uma cápsula subglobosa de 4-5mm (ou muito menos).
Aromática e de sabor agradável, encerra óleo essencial amargo e adstringente, como o sabor da cânfora, ao qual se atribuem numerosas virtudes medicinais: tônicas, estimulantes, afrodisíacas, anti-diarréicas, diuréticas, espectorantes, laxativas, úteis contra todas as afecções dos rins, da bexiga e da medula espinal, doenças sifilíticas, úlceras do estômago e dos intestinos, dispepsia, paralisia, leucorreia, diabetes, malária, etc., a planta toda serve no México para aromatizar licores e para substituir o chá-da-índia; nos Estados Unidos acha-se incluída na farmacopeia oficial e vende-se em extraio fluido de "Turnerae afrodisiacae"; já teve grande época na Europa, sobretudo como tônico nervoso na amaurose, tônico do sistema gênito urinário e tônico geral na neurastenia e na impotência; muito conveniente nas convalescenças demoradas deu também excelente resultado no combate à albuminúria nefrítica, albuminúria cardíaca e albuminúria consecutiva às escarlatinas.
É encontrada desde o Amazonas até São Paulo. Uma outra espécie, a Turnera opijera, M. é arbusto pequeno, até l m de altura, folhas pecioladas, oblongas, até 6cm de comprimento e 25mm de largura, crenadas, pubescentes, flores fasciculadas, amarelas, dispostas em panículas terminais, ovário de 40-50 óvulos; o fruto é uma cápsula.
Atribulem-se-lhe as mesmas propriedades medicinais reconhecidas à espécie anterior, principalmente a ação tônica especial e imediata sobre os órgãos gênito urinários; antigamente o seu maior emprego consistia em combate as dispepsias e os embaraços do ventre. É encontrada em grande escala em Minas Gerais e em São Paulo.
Partes utilizadas
Folha; raiz.
Indicações
Albuminúria, bronquite, diabete, digestão, disenteria, dismenorreia (dor menstrual), dispepsia, dor de dente, dor em geral, dor nas costas, febre, gripe, hemorragia, incontinência urinária, leucorreia, lumbago (dor na região lombar), má digestão, metrorragia (sangramento do útero), puerpério (período pós-parto), reumatismo, tônico, tórax, vertigem, vesícula.
Modo de usar
- Infusão das folhas: emoliente, adstringente, diabete, albuminúria, tônico geral, má digestão, dispepsia, leucorreia.
- Decocção das raízes: expectorante, incontinência urinária.
Propriedades medicinais
Adstringente, albuminúrica, antidispepsia, balsâmica, emenagoga, emoliente, estimulante dos órgãos sexuais, estomáquico, expectorante, purgativa, tônica, tônico geral, tônico nervoso.
Princípios ativos
Ácido tânico, cafeína, damianina, óleo essencial, pepsina, princípios amargos, resina, tanino.
Contraindicações | Cuidados
Gravidez, lactação e hipoglicemia.
Em doses elevadas e purgativa drástica. Há um relato de um individuo que apresentou convulsões tetânicas e paroxismos após ingerir álcool e cerca de 22g de extrato seco de Damiana (Spencer & Seigler, 1981).
Farmacologia
Esgotamento nervoso, depressão ligeira, tomada regularmente, ajuda a melhorar o humor e a resistência mental. É preferível tomá-la com ervas como o solidéu-da-virgínia (Scutellaria lateriflora) ou o hipericão (Hypericum paforatuni).