Cravo da India (Caryphyllus aromaticus)

  • Cabeça
  • Digestão
  • Dor de Dente
  • Afrodisíaco

Planta originária da Ásia, muito usada na culinária como tempero e aromatizante. Os cravos-da-índia que usamos na culinária são, na realidade, os botões florais (ainda não abertos) desta uma árvore.

Da família das Myraceae, também conhecido como craveiro-da-india, cravina-de-tunis, cravo-de-cabecinha e rosa da Índia.

O cravo-da-índia é uma planta de porte arbóreo, de ciclo perene e que atinge cerca de 12 metros de altura. A copa é bem verde, de formato piramidal.

As folhas são semelhantes às do louro, ovais, opostas e de coloração verde brilhante, com numerosas glândulas de óleo visíveis contra a luz.

As flores são pequenas, branco amareladas, agrupadas em cachos terminais.

O fruto é do tipo baga e de formato alongado, suculentos, vermelhos e comestíveis, aroma forte e penetrante.

Partes utilizadas

Botões florais secos.

Indicações

Dor de dente, gases, higiene bucal, micose da unha, vermes e vias respiratórias.

  • Área de tratamento: Cabeça
  • Área de tratamento: Digestão
  • Indicações comuns: Dor de Dente
  • Indicações específicas: Afrodisíaco

Modo de usar

O cravo-da-índia é um condimento versátil que pode ser usado tanto em pratos doces como em pratos salgados. É normalmente empregado no preparo de caldos, ensopados, doces, pudins, bolos, tortas de maçãs, pães, vinhos e ponches quentes e licores.

O eugenol, presente no óleo essencial, tem ação bactericida, o que o torna útil para preservar e prolongar a validade de compotas e conservas. Em alguns países, costuma-se introduzi-lo juntamente com dentes de alho dentro de pernis e presuntos. Na Europa, é muito usado para condimentar carnes e salames. Já no Brasil, o cravo-da-índia é usado mesmo para pratos doces, hábito adquirido da nossa colonização portuguesa.

Usado em loções e vaporizações para limpeza da pele do rosto, em produtos de higiene bucal para fazer assepsia e promover um hálito agradável, em banhos de imersão aromáticos e águas perfumadas. É também eficaz no combate à acne. O óleo pode ser usado para massagear músculos doloridos, para suavizar estrias e é eficaz no tratamento de unhas quebradiças, rachadas ou fracas e de calosidades.

Usado na elaboração de pomadas para remoção de verrugas. Ainda na forma de pomadas e cremes, alivia a coceira e o inchaço das picadas de inseto. É também utilizado em xampus e loções capilares que limpam e auxiliam o crescimento dos fios.

Antisséptico bucal, dor de dentes, higiene oral e infecções da gengiva : em 1 xícara de chá, coloque 1 colher de chá de botões florais e adicione água fervente. Abafe por 10 minutos e coe. Ainda morno, faça bochechos, de 3 a 4 vezes por dia.

Micoses nas unhas e pele : coloque 1 colher de sopa de botões florais e 1 colher de sopa de folha de guaçatonga picada em 1 xícara de chá de álcool a 60%. Deixe em maceração por 5 dias e coe. Acrescente 1 colher de sopa de glicerina e mistura bem. Lave a região afetada e com um chumaço de algodão aplique localmente, de 2 a 3 vezes ao dia.

Picadas de inseto : coloque 1 colher de sopa de botões florais e colher de sopa de alecrim em 1 xícara de chá de vinagre branco. Deixe em maceração por 5 dias, agitando de vez em quando e coe em um pano. Faça aplicações no loca afetado, com um chumaço de algodão.

Propriedades medicinais

Afrodisíaco, antisséptico, aperiente, bactericida e digestivo, excitante, repelente de insetos, sudorifico, tônico estomáquico e tônico estimulante.

Princípios ativos

Eugenol, acetato de eugenol, beta cariofileno, ácido oleânico, triterpeno, benzaldeído, ceras vegetais, cetona, chavicol, resinas, taninos, ácido gálico, esteróis, esteróis glicosídicos, kaempferol e quercetina.

Contraindicações | Cuidados

O óleo de cravo-da-índia pode irritar ou causar sensibilidade a pele e a membranas mucosas. Escarro contendo sangue e hemoptise (expectoração sanguinolenta através da tosse) foram observados em pessoas que fumam cigarros de cravo-da-índia; Um caso de uma mulher com 24 anos de idade, relata o anestesiamento e a anidrose (inabilidade de suar) local permanente após derramar óleo de cravo-da-índia no rosto.

Outros caso também foram relatados, incluindo o tratamento de uma criança com 2 anos de idade que sofreu coagulação intravenosa disseminada e falência hepática após a ingestão do óleo de cravo-da-índia, outro caso de um bebe com 7 meses de idade, que acidentalmente ingeriu óleo de cravo-da-índia, acarretou no desenvolvimento da depressão e um desequilíbrio eletrolítico.

Toxicologia

Não se deve exagerar no consumo do cravo. Ele pode irritar a mucosa da boca. Além disso, quem tem o estômago mais sensível também deve usá-lo com moderação. Pode provocar contrações na musculatura do útero sendo, portanto, contraindicado para gestantes. O uso externo pode causar eventuais reações alérgicas em pessoas sensíveis. O óleo essencial pode causar irritação na pele.

História | Origem | Plantio | Habitat

Os cravos-da-índia tem uma longa história de uso culinária e medicinal. O nome científico antigo deriva da palavra grega "karyophyllon" que significa "folha-noz". Da China é que vem a primeira indicação do uso do cravo-da-india como condimento, remédio e elemento básico para elaboração de perfumes especiais e incensos aromáticos.

Na China, era então conhecido por "ting hiang" e na dinastia Han (206 a.C. - 220 d.C.) seus frutos foram levados para a corte do imperador por enviados da ilha de Java. Conta-se que os próprios javaneses mantinham um pequeno fruto na boca para melhorar o hálito, antes de ir falar pessoalmente com o imperador.

No século 16, quando chegaram as Ilhas Molucas, os Portugueses imediatamente dominaram as plantações. Esse monopólio fez com que o preço do cravo-da-india no mercado ficasse muito alto. Os holandeses que sucederam aos Portugueses agiram da mesma forma e ganharam o monopólio ao destruir todos os craveiros-da-india, exceto aqueles que cresciam em uma ilha de sua propriedade.

Finalmente, a França rompeu o monopólio e, no começo do século XIX, a planta já era cultivada em grandes plantações em muitas regiões tropicais.

No Brasil, o cravo-da-india e cultivado em regiões quentes: O óleo já foi usado como expectorante e antiemético, porem com resultados clínicos inconsistentes. O chá do cravo-da-índia foi usado para aliviar a náusea. O uso do óleo na odontologia como um analgésico e um antisséptico local e ainda presente na odontologia moderna. O óleo também tem sido usado tipicamente como um contra irritante.

O seu cultivo é feito por sementes que caem das árvores e colocadas em caixotes com serragem úmida. A germinação tem início após o oitavo dia e as mudas devem ser colocadas em caixotes ou sacos plásticos com terra vegetal, permanecendo sob ripados por uma ano, após o que deve ser transplantadas. De preferência, o solo deve ser rico em matéria orgânica, úmido e bem drenado, em locais com temperaturas médias anuais acima de 20 C.

Começa a produzir máxima depois de 14 anos. Os botões florais devem ser colhidos quando sua coloração passa do verde pálido para um tom róseo avermelhado, o que ocorre, geralmente, entre os meses de novembro e fevereiro. Seu aroma quando seco é muito agradável.

Planta da Ásia, atinge 20 metros de altura quando cultivada não passa dos 5 metros. Cultiva-se em regiões quentes, da Bahia a São Paulo, prefere solos ricos em matéria orgânica, úmidos e bem drenados. As mudas formadas até 1 ano, devem ir para o local definitivo em espaçamento de 8m X 8m.

Colhem-se os botões florais na época da floração o que ocorre depois dos 5 anos.

As flores são colhidas ainda em botão e devem ser colocadas para secar ao sol por cerca de 4 dias, até adquirirem uma coloração escura. Devem ser acondicionadas em recipientes de vidro ou porcelana.

Ásia tropical. No Brasil é cultivado nas regiões quentes do sul do Bahia, sombreando os cacaueiros, no litoral norte e interior do estado de são Paulo. Foi trazido para o Brasil pelos Portugueses há 300 anos.

Família

  • Myrtaceae

Outras informações

O óleo de cravo-da-índia e amplamente utilizado para esconder odores desagradáveis, porém não há nenhuma evidência clínica recente sobre o uso em doses terapêuticas.

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