Confrei (Symphytum officinale)

  • Cicatrizante

Plantas da família das Borragináceas, também é conhecido como capim-roxo-da-rússia, erva-de-cardeal. Trata-se de uma erva perene, que se apresenta como uma pequena touceira, com rizomas carnosos e sem caule aparente, as folhas, de formato entre o laceolado e oval e que saem praticamente ao nível do solo, são grandes na base da planta e as superiores um pouco menores. As flores aparecem em um escapo floral, reunidas em ramalhetes mais ou menos folhosos e torcidos, com coloração amarelada, esbranquiçada ou violácea. Embora haja flores, não há produção de frutos e nem de sementes, pois é uma herbácea híbrida. A raiz de confrei é longa, em formato de fuso, fibrosa e carnuda. A parte exterior e escura e rica em sumo. Nada se perde no confrei. As folhas que sobram após um geada servem para preparar o terreno para o plantio de tomates. É um fertilizante ideal para eles porque contém três vezes mais potássio do que nitrogênio e muito menos fósforo.

Seu nome cientifico, Symphytum, é derivado da palavra grega que significa "crescer junto", e se refere à raiz mucilaginosa que faz exatamente isso - une e cicatriza a carne e os ossos.

Partes utilizadas

Folhas, rizomas e raízes.

Indicações

Suas folhas e raízes, usadas para uso externo, agem como cicatrizantes nas contusões, ferimentos, reumatismos e tromboflebites. Pode ser usada como forrageira, pelo alto teor de proteína e pela excelente produção de massa verde. Combate males específicos como artrite, pé de atleta e escaras por permanência no leito e feridas abertas por picadas de abelhas.

O confrei é um excelente tratamento caseiro para gripes e bronquites. Faça um concentrado comum com duas partes de confrei, uma de mil-folhas, uma de eupatório e alguns bagos de zimbro.

  • Indicações específicas: Cicatrizante

Modo de usar

- Alcoolatura: misturar 1 parte de sumo das folhas em 5 partes de álcool. Aplicar sobre as partes afetadas.

- Cataplasma de 6 g de folhas amassadas ao ponto de pasta e aplicar sobre o ferimento, varias vezes ao dia. Pode-se adicionar glicerina à pasta.

- Emplastro: esmagar as folhas em água morna e aplicar sobre o ferimento 2 vezes ao dia. No caso de contusões e inchaços, colocar o emplastro dentro de um pano antes de aplicar.

- Infusão ou Tisana: . 30 g de folhas por litro de água; . 2 folhas velhas em 2 copos de água quente. Tomar 3 vezes ao dia;

- Compressa: usar o decocto das folhas sobre feridas e queimaduras, várias vezes ao dia;

- Alcoolatura de 1 parte do sumo em 5 partes de álcool;

- Decocto: 4-5 g de chá em 250 ml de água, para lavar feridas; - Infuso a 5%: para gargarejos 2 a 3 vezes ao dia;

- Suco fresco: psoríase;

- Extrato: utilizar 10-15% em cremes.

Úlceras varicosas; feridas; cortes; queimaduras; hematomas ; em um pilão, coloque 1 colher de sopa de folhas frescas fatiadas ou do rizoma, e 1/2 copo de água. Amasse bem e coe em um pano. Aplique em compressas no local afetado, durante uma semana. É essencial que o local das úlceras varicosas, feridas, cortes, e limpo com mel, antes da aplicação da compressa.

Úlceras duodenal e estomacal : em 1 xícara de chá, coloque 1 colher de sopa do rizoma picado e adicione água fervente. Deixe em repouso por 10 minutos e coe. Tome 1 xícara de chá, 2 vezes ao dia, 10 minutos antes das principais refeições.

Gastrites; úlceras duodenal e estomacal : coloque 5 colheres de sopa de rizoma picado em 1 garrafa de vinho branco. Deixe em maceração durante 30 dias, em local escuro, agitando de vez em quando e coe. Tome 1 cálice, 2 vezes ao dia, de preferência, 10 minutos antes das principais refeições.

Fissuras anal e da mama ; coloque 3 colheres de sopa de folhas frescas e 3 colheres de sopa de quiabo verde, tudo bem picado, em 1/2 litro de água potável. Deixe me maceração durante 1 noite e coe. No caso de fissuras da mama, aplique nas mamas, com um chumaço de algodão.

Propriedades medicinais

Cicatrizante, tônico, depurativo, anti-inflamatório, adstringente e analgésico.

Princípios ativos

Possui alto teor de proteína, cálcio, ferro, simpetina, sais minerais, vitaminas, colina, consolidina, fósforo e ácido fólico. A raiz de confrei contêm mais mucilagem do que o malvarisco. Também contém alantoína, um pouco de amido e tanino. O conteúdo de alantoína de uma solução aquosa reforça poderosamente as formações epiteliais e protege qualquer tecido ferido, externamente. Promove a formação de células saudáveis que curam ferimentos externos.

Toxicologia

Evitar o uso interno, pois produz irritação no fígado e estômago e problemas hepáticos. Seu uso prolongado é cancerígeno. Há referências que tratam da presença de alcaloides cancerígenos no confrei, principalmente em folhas e raízes. O uso externo sobre feridas pode promover rápida cicatrização externa, mas o processo inflamatório pode continuar internamente. A absorvição dérmica das substâncias tóxicas parece não ser significativa.

No fim dos anos setenta, o confrei foi muito criticado. Segundo a imprensa da ápoca, dados experimentais da Austrália indiciavam que os ratos de laboratório alimentados com confrei apresentavam problemas no fígado por causa da pirrolizidina. O químico John Pembery fez uma cuidadosa avaliação desse material, publicada por Lawewncw D. Hills como relatório especial da Henry Doubleday Association da Inglaterra. Os ratos cujos fígados foram afetados tinham se alimentado com folhas de confrei durante longo tempo, ultrapassando em muito seu peso. Calculou-se que seria necessário tomar quatro xícaras de chá de confrei por dia durante cento e quarenta dias para uma pessoa correr o risco de ser envenenada pelo alcaloide.

História | Origem | Plantio | Habitat

Culpepper fala sobre o confrei : " A ingestão de uma decocção feita com a raiz, água e vinho cura ferimentos internos, contusões, feridas e úlceras nos pulmões, e expulsa o catarro que oprime o peito. As raízes, socadas, curam também os ferimentos e cirtes externos; o confrei é especialmente indicado para as fraturas: tem tal poder de consolidar e unir que ser for fervido numa panela com carne picada, juntará os pedaços novamente. "

Doubleday levou as plantas do tipo áspero, ou S. asperum, para a Inglaterra por volta de 1870. Recebeu como presente de um dos sucessores britânicos ou escoceses de Joseph Bush, jardineiro-chefe de Catarina, a grande, que cuidou dos jardins do palácio de São Pettersburgo, que atualmente é o parque de Lazer e Cultura da cidade. No últimos anos do século XIV, os agricultores da Inglaterra colhia de quarenta a cinquenta toneladas por hectare de que chamavam de confrei russo, S x uplandicum, para distingui-lo do original importado por Henry Doubleday.

Centro e Norte da Europa e da Ásia temperada. Foi introduzida no Brasil na década de 80, e começou a ser cultivada em larga escala.

Multiplica-se por mudas de rizoma; prefere clima ameno embora tolere climas adversos. Requer solo rico em matéria orgânica, úmido, não encharcado. Planta-se os rizomas (ou mudas) nas covas com espaçamento de 50cm entre plantas. Após serem adubadas com húmus ou esterco (2l por cova). Os melhores meses para o plantio são de agosto a novembro, de preferência em locais com bastante luminosidade. Esta planta é considerada perene (dura mais de 10 anos); só o plantio colhe-se as folhas e 2 anos após começam a colher-se as raízes.

A espécie de confrei conhecida como S. x uplandicum é a melhor para se cultivar no jardim. As folhas são menos ásperas que as do confrei silvestre, os botões são bonitos, azul avermelhados, e a planta cresce formando uma pequena touceira bem-feita.

Modo de Conservar : As folhas são utilizadas frescas e os rizomas, depois de bem lavados e raspados, devem ser picados e postos ao sol para secar. Depois de secos, devem ser guardados em sacos de papel ou vidros bem tapados.

Família

  • Borragináceas

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