Agno Casto (Vitex Agnus Castus)
Da família das Verbanaceae, também conhecido como vitex, agno-casto, anho-casto, agno-puro, árvore-da-castidade, alecrim-de-angola, cordeiro-casto, flor-da-castidade, pimenteiro-silvestre.
Uma das poucas plantas medicinais que se sabe terem uma ação no corpo semelhante à da progesterona.
A árvore-da-castidade é um remédio específico para problemas menstruais e perimenopáusicos. Atuando sobre a hipófise, melhora a regularidade menstrual.
Suas sementes lembram os grãos da pimenta.
Possui porte arbustivo, entre 1 e 6m de altura, com ramos quadrangulares, cinzentos, tomentosos.
As folhas são decíduas, cruzadas opostas, Prelone-pecioladas, e palmadas.
Tem de 5 a 7 folíolos inteiros, lanceolados de até 10 cm de comprimento.
A página inferior da folha é tomentosa e branca.
As flores azuis, ocasionalmente, rosas, formam inflorescências terminais.
O cálice e pericálice da corola bilabiada é pubescente.
O fruto é uma drupa globular oblonga, vermelha escuro, tem 2/3 envolvidos em concha pelo cálice, com 4 sementes.
O exocarpo tem pelos glandulares curtos.
Partes utilizadas
Frutos secos, flores.
Indicações
Tem uso eficaz contra a depressão, ajuda a estabilizar a perimenopausa (período que antecede a menopausa), diminuindo a dor nos mamilos e melhorando a libido.
Ocupa os receptores de popamina, deixando a mulher bem humorada, também auxilia no combate a infertilidade feminina, incrementando a produção de progesterona nas mulheres.
Também indicado no combate à distonias neurovegetativas (ansiedade, insônia, palpitações, taquicardia, vertigens), doenças fibrocísticas das mamas, ejaculação involuntária, erisipela, espasmos gastrointestinais e feridas.
Na realidade, não existem provas documentadas em que a utilização desta árvores possa diminuir o desejo sexual, mas existem, sim, diversos estudos e resultados em antigos manuais, em que esta foi empregue para alívio de sintomas idênticos ao que hoje reconhecemos como Síndrome Pré-menstrual, e dos resultados do corpus luteum.
O corpus luteum é um pedaço de tecido glandular no ovário e que segrega progesterona, a fim de preparar o útero para a implantação.
O problema conhecido como fase luteal ocorre quando a secreção de progesterona é anormalmente baixa, tendo como resultado períodos menstruais frequentes ou densos, falta de ovulação, quistos nos ovários ou mesmo ausência de períodos menstruais.
Um produto largamente vendido nos Estados Unidos e em alguns países europeus, o Vitex Agnocasto, faz com a que a produção de progesterona aumente, curiosamente, não possuindo atividade hormonal direta, não sendo, assim, um fitoestrógeno.
Da mesma forma, a hiperprolactinemia (produção excessiva de prolactina) é algo comum nas mulheres que foram diagnosticadas como tendo uma fase luteal defeituosa (cerca de 70%), sendo o Vitex Agnocasto também ideal para corrigir este problema.
Distúrbios menstruais : Esta planta é a primeira a experimentar para problemas menstruais, sendo um remédio específico para irregularidade menstrual e síndroma pré-menstrual.
Embora não seja indicado para todos os distúrbios menstruais, pode ajudar a aliviar sintomas como tensão mamaria, retenção de líquidos, dores de cabeça e tensão pré-menstrual.
Quando se toma esta planta uns meses, os sintomas costumam diminuir.
Convém tomar a tintura ou o extrato, ao levantar, quando a hipófise está mais ativa.
Pode ser usada para tratar fluxos menstruais abundantes e dores menstruais, mas funciona melhor conjugada com outros remédios indicados por um profissional.
Doença do ovário poliquístico : A fitoterapia pode ser muito útil no controle e regressão deste difícil problema. Embora seja melhor um acompanhamento profissional, o auto tratamento com árvore-da-castidade às vezes permite uma melhoria significativa dos sintomas. Os resultados podem só ser visíveis após 3-4 meses.
Infertilidade : Pensa-se que a árvore-da-castidade regula a libertação de estrogênio e de progesterona ao longo do ciclo menstrual, podendo melhorar a fertilidade e aumentar as hipóteses de concepção. E mais eficaz quando não há problemas estruturais.
Problemas da menopausa : Podendo ser útil no ano interior à menopausa, a árvore-da-castidade ajuda a manter um ciclo menstrual regular e controlar o fluxo.
Também pode tomar-se, habitualmente com remédios como o cohosh negro (Cimicífuga racemosa) e a salva (Salvia officinalis), para aliviar ou prevenir alguns sintomas da menopausa.
Modo de usar
USO INTERNO:
Como diurético, antidisentérico, expectorante, hematúria, hemorróidas, diabete, problemas menstruais e de menopausa, lactação deficiente, ejaculação involuntária, reumatismo, diarreia, gastralgia, amenorreia, bronquite : infusão: uma colher de sopa em 200 ml de água fervente. Deixar 15 minutos. Tomar 2 à 4 vezes ao dia:
USO EXTERNO:
Contra gripe e resfriado : infusão acima: banho de erisipela; compressa em torno do pescoço das folhas frescas moídas, misturadas com gordura, até virar uma pasta.
Propriedades medicinais
Antidisentérico, antiestrogênico, anti-inflamatório, antiléptico, calmante, carminativo, diurético, emenagogo, espasmolítico, estimulante, estimulante da secreção de LH, expectorante, galactagogo, inibidor da secreção do hormônio FSH, inibidor da secreção de prolactina, sedantivo, vulnerário.
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Anti-inflamatórias
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Calmantes
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Diuréticas
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Emenagogas
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Expectorantes
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Sedativas
Princípios ativos
Toda a planta : 1,8-cineol, ageneiosídeo, alfa e beta-pineno, aucubino, bornil-acetato, casticana, eurostosídeo, isovitexina, limoneno, orientina, sabineno, viticineno.
Sumidades floridas: flavonoides: casticina, homoorientina; glucosídos iridoídeos: aucubosídeo, agnosídeo; taninos , princípios amargos.
Frutos: óleo essencial (0,5%) rico em cineol e pineno, agnosídeo, aucubina, ácido mussaendosídico, enterosídeo, agnocastosídeo A, B e C,
flavonoides: casticina, derivados do caempeferol e quercetagina, penduletina, crisosoplenol, isovitexina e derivados luteolínicos;
Óleos Essenciais: Monoterpenóides: cineol, alfa e beta pineno, limoneno, sabineno, castino, eucalipitol, mirceno, linalool, citronelol, cimeno, canfeno. Sesquiterpenóides: Farneseno, cariofileno, cardineno e ledol.
Toxicologia
Gestantes, lactantes, mulheres que fazem tratamento hormonal, para quem tem déficit metabólicos de FSH. Erupções cutâneas moderadas e desarranjo intestinal em menos de 2% das mulheres durante o uso do agnocasto.
Pode aumentar o fluxo menstrual e cefaleias. A DLM é acima de 300ml para humanos acima de 60Kg. Os extratos etanolíticos em doses (muito) maiores que a terapêutica apresentam sinais de toxidade não especificados, não havendo nenhum relato de morte por intoxicação.
História | Origem | Plantio | Habitat
O nome agnus castus, do grego agnos castus - casto, puro - tem a ver com a associação que era feita entre a planta e a castidade, desde tempos remotos.
O nome Vitex foi obra dos antigos romanos, que a consideravam a planta similar ao salgueiro, por causa da forma semelhante de suas folhas.
Os ramos flexíveis favoreciam o seu uso para o artesanato em vime, à semelhança do salgueiro.
Planta reconhecida desde a antiguidade, descrita por Hipócrates, Dioscórides e Teofrastus.
Na Ilíada a planta aparece como o símbolo da castidade. Os primeiros herbalistas reconheceram seu efeito no sistema reprodutor feminino.
A comissão alemã aprovou a planta para tratamento de mastodinia e irregularidades menstruais.
Quase todos os estudos com o Vitex se baseiam na preparação desenvolvida pelo médico Gerhard Madaus, em 1930, de um extrato de frutas secas patenteado com o nome de Agnolítico.
Ele observou que a formulação tinha o efeito de aumentar o nível de progesterona produzido pelo organismo feminino.
Pesquisadores atuais acreditam que sua substância regula o funcionamento da hipófise, ao detectar níveis aumentados de estrógeno e levar os ovários a diminuir a sua produção.
A planta é usada para tratamento de irregularidades menstruais. Em mulheres que querem engravidar, desempenha o papel de regularizar os ciclos e prevenir abortos.
Estudos clínicos mostram que os benefícios dessa planta podem demorar seis meses ou mais para aparecer. No alívio da TPM (2), sua ação é perceptível já a partir da segunda menstruação. Efeitos mais duradouros, no entanto, podem levar um ano para aparecer.
Nativa do Mediterrâneo, é conhecida pelos gregos há 2.000 anos ou mais.
Família
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Verbenaceae